A Gramática da Alma

Valter Gil Marques

O universo de Valter Gil Marques é feito de permanências e reinvenções, gestos vindos de Lisboa mas lançados ao mundo. Seu percurso, marcado pelo olhar treinado na Comunicação Gráfica e pelo instinto de um pintor autodidata, traduz-se em telas onde as formas parecem escolher, a cada instante, entre a ordem e o risco, entre a memória e a descoberta.
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Mas há um segredo nesse processo, um nome que assina a alma de sua obra: Gilka. "A minha Arte é um mundo paralelo, e Gilka é o meu Alter Ego nesse mundo", revela o artista. É através de Gilka que a busca deixa de ser apenas estética para se tornar existencial, um espaço de reflexão para "expressar sentimentos, emoções e opiniões relativas ao dia a dia". Nascido em Lisboa, Valter equilibra a disciplina da Escola António Arroio com a ousadia de quem aprende sozinho desde 1995. Suas composições, presentes em coleções privadas em Portugal e no exterior, evocam tanto a tradição clássica quanto a inovação contemporânea.
Cada tela reflete uma observação profunda, mas é na execução que sua voz se torna inconfundível. O gesto pictórico, que poderia ser puramente instintivo, carrega em si a inteligência do designer. A composição, que poderia ser rígida, é atravessada por uma alma indomável. Essa alma é a de Gilka, que não se preocupa em criar uma imagem, mas em dizer e partilhar uma mensagem. "Não tenho prazer em me repetir", afirma Valter, e é essa recusa da fórmula que o leva a explorar mitos, o sobrenatural e a influência de culturas diversas, da latina à asiática.
Desde 2000, Valter participa de diversas exposições, consolidando-se como uma presença constante no cenário artístico português. Cada mostra revela a evolução de sua técnica e a maturidade de seu olhar: a habilidade de transformar superfícies em narrativas que nos convidam a ir além do visível, sempre guiado pela música, pois confessa: "não consigo criar em silêncio".
Sua arte não nos pede para apenas ver ou sentir, mas para aprender a ler a complexa e fascinante gramática de uma alma. Uma gramática que busca ser, acima de tudo, sincera e honesta, mesmo sabendo que "muitos não irão compreender". E é nesse risco, nessa entrega total à voz de Gilka, que a sua arte encontra seu sentido mais profundo.
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