O Preto e Branco que Fala

Sill Martini

Sill Martini, nascida em Belo Horizonte, tem uma relação íntima com a arte desde a infância. Foi na Galeria Ouvidor, um espaço dedicado às artes manuais em sua cidade natal, que ela deu seus primeiros passos, ainda criança, participando de diversos cursos que a ajudaram a desenvolver suas habilidades manuais. Em 1997, retomou a arte pintando em seda, e, em 2002, começou um curso de desenho de observação na UFMG. A partir daí, sua formação artística se expandiu, especialmente na Escola Guignard, onde aprofundou seus conhecimentos em desenho de observação, aquarela, pintura em tela a óleo e desenho de figura humana.
Sua formação continuou a se diversificar com estudos em pintura em madeira com o artista Marcelo Benites, aquarela com o professor peruano Richard da UFMG e com a professora Galina em São Paulo. Sill também aprendeu pintura em tela no atelier Maison da Arte com Iara Tupinambá e, mais recentemente, fez um curso de sketchbook habit com Dina Brodsky.
Embora formada em Administração em 1992 e com um mestrado, nunca atuou nessa área. Em 2009, iniciou um curso de Design na Universidade Fumec, em Belo Horizonte, onde aprofundou sua paixão pela pintura a lápis de cor. Ao longo de sua trajetória, explorou diversas técnicas e materiais, mas o desenho sempre se manteve constante, com uma paixão especial pelo lápis grafite.
Sill transita entre pintura a óleo, acrílica, grafite, aquarela, carvão e pastel, mas o grafite e o lápis de cor ocupam um lugar especial em sua obra. Ela começou retratando animais de estimação com lápis de cor e, à medida que se aprofundava nessa técnica, sua paixão pela versatilidade do lápis só cresceu. Sua inspiração vem da natureza, com paisagens, flores, árvores e pássaros sendo temas recorrentes em suas obras. A escolha entre lápis de cor ou grafite depende do efeito desejado, e o papel, com suas infinitas variações de tipos, tamanhos e cores, desempenha um papel crucial no resultado final de cada peça. Hoje, ela explora todas essas opções disponíveis no mercado para criar obras únicas e detalhadas.

A Poética do Olhar

A Arte de Sill Martini e a Excência de Ney Matogrosso
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Na pintura de Sill Martini, o retrato de Ney Matogrosso transcende a simples representação do artista para se tornar uma obra que captura a essência de sua persona multifacetada. Com sua habilidade refinada em técnicas de desenho e pintura, Sill traduz a força e a sutileza que Ney carrega em suas performances. O olhar penetrante, cuidadosamente detalhado, parece conter as histórias de décadas de transgressão artística e reinvenção pessoal. Cada traço de sua expressão é trabalhado com precisão, destacando a complexidade emocional que Ney projeta tanto no palco quanto fora dele.
Sill Martini utiliza o preto e branco de forma magistral, enfatizando a profundidade emocional de Ney Matogrosso através da ausência de cor. O contraste entre luz e sombra se torna o verdadeiro protagonista, revelando as nuances da personalidade do artista. As variações de tons de cinza criam uma profundidade rica, destacando o magnetismo do olhar de Ney e sugerindo a intensidade de sua presença no palco. Cada detalhe, da expressão ao traçado do rosto, ganha vida através dessa simplicidade cromática que, longe de limitar a obra, a engrandece, permitindo ao espectador mergulhar na complexidade de sua figura.
Com essa abordagem monocromática, Sill Martini constrói uma narrativa visual poderosa, onde a ausência de cor permite que o olhar e a expressão de Ney falem mais alto. Ao transformar o ícone em um ser mais íntimo e contemplativo, ela revela uma nova dimensão do artista, capturando sua energia inabalável e sua contínua capacidade de se reinventar. O preto e branco, aqui, não é uma limitação, mas uma escolha artística que aprofundar a conexão emocional e o mistério que sempre rodearam Ney Matogrosso.
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