Um artista argentino radicado em Pipa, RN, Brasil, é uma presença singular no cenário artístico contemporâneo. Com raízes na Argentina e uma conexão especial com o Brasil através de sua mãe brasileira, Moreno encontrou na pintura uma forma de expressar seu profundo amor pela arte e pela música.
Desde jovem, Moreno demonstrou interesse pela pintura, especialmente influenciado pela sua tia Ruth, uma artista e escultora. Foi em São Paulo, durante seus estudos e trabalhos em marketing e gastronomia, que Moreno recebeu um presente que mudaria sua vida: uma caixa de tintas e pincéis, também dada por sua tia Ruth. Foi a partir desse momento que ele começou a levar sua paixão pela pintura mais a sério.
Em Pipa, uma cidade que ele chama de lar desde 2003, Moreno encontrou inspiração na natureza exuberante do Nordeste brasileiro. Suas primeiras obras retrataram artistas que admira, como Tom Jobim, Keith Richards, Chet Baker, Miles Davis, Cartola, Elis Regina e outros, utilizando principalmente o realismo e focando em rostos humanos. Suas pinturas em óleo em preto e branco são marcadas por uma técnica meticulosa que capta a essência de seus temas de uma maneira íntima e expressiva.
Além disso, Moreno é membro ativo da banda de rock local "Los Bepi de lá Naesqui", demonstrando sua conexão profunda com a música como uma forma de expressão criativa paralela à pintura.
O Magnetismo de Ney Matogrosso
Redefinido pela Arte de Moreno
A pintura de Ney Matogrosso por Moreno é uma celebração visual da intensidade e do magnetismo do artista. Moreno, conhecido por sua técnica detalhada e por captar a essência de seus retratados, trouxe para a tela um Ney Matogrosso envolto em uma atmosfera introspectiva e enigmática. O uso predominante do preto e branco, uma característica marcante de seu estilo, confere à obra uma profundidade emocional que transcende o mero retrato, transformando-o em uma verdadeira homenagem à complexidade e à intensidade artística de Ney.
Ao pintar Ney, Moreno retrata o cantor e sua persona multifacetada e ousada. O contraste sutil entre luz e sombra revela uma dualidade entre a força e a vulnerabilidade, capturando o espírito revolucionário e a presença imponente que Ney carrega tanto no palco quanto fora dele. A obra, meticulosamente executada, destaca a habilidade de Moreno em explorar as nuances do rosto humano, enquanto celebra a música e a arte em sua forma mais visceral.
Nesta obra, Moreno revela sua capacidade de unir técnica e emoção, criando uma representação quase visceral de Ney Matogrosso. Cada pincelada parece imbuída de um respeito profundo pela trajetória do artista, ao mesmo tempo em que reflete o espírito livre e transgressor que Ney sempre encarnou. A textura da pintura, somada ao uso magistral de sombras, sugere movimento e vida, como se Ney estivesse prestes a sair da tela e entrar em cena. Moreno captura a figura física de Ney e a energia inconfundível que o torna uma lenda viva da música e da cultura brasileira.