Sua história começa na cidade de São Paulo, onde, desde a infância, manifestava um fascínio insaciável pelas artes, um traço que definiria sua trajetória.
Desde pequeno, Èrico encontrava na literatura e na pintura um refúgio, mergulhando profundamente em um universo de cores e palavras. Foi em sua experiência escolar, marcada por um ambiente impactante e angustiante, que ele despertou uma visão crítica que se tornaria uma constante em sua obra. A formação universitária no final dos anos 80 e a graduação em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1993 foram apenas o início de um percurso repleto de descobertas e realizações.
Durante sua formação, estudou com grandes mestres, incluindo Geraldo de Souza Dias Filho e Oey Eng Oan, e aprofundou seus conhecimentos em instituições renomadas como a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Essas experiências não só moldaram sua técnica, mas também ampliaram sua visão de mundo.
A série "Escola" destaca-se como o cerne da produção atual de Èrico, uma obra que traduz plasticamente sua visão crítica sobre a realidade escolar e a educação no Brasil. Por meio de linhas, formas e cores, Èrico constrói um discurso poético e crítico sobre os impactos de uma atmosfera alienante nas vidas de educadores e alunos. Sua arte representa e provoca, instigando uma reflexão profunda sobre o espaço escolar e as práticas pedagógicas que nele ocorrem.
A "Escola" de Èrico é um mosaico de emoções e experiências. Suas obras revelam as contradições e os desafios da educação contemporânea. As cores e os traços expressivos convidam o observador a mergulhar em uma narrativa visual que questiona e desafia a alienação presente nas instituições educacionais. A dramaticidade de suas composições reflete a complexidade do ambiente escolar, onde identidades são moldadas e, por vezes, sufocadas por uma estrutura massificante.
Ao longo de mais de três décadas, Èrico acumulou uma vasta experiência, experimentando diversas técnicas e estilos, desde o figurativo até o abstrato. Seus trabalhos foram exibidos em espaços culturais prestigiados, como o Espaço Cultural do Sindicato dos Químicos de São Paulo, a Universidade Cruzeiro do Sul, e a Casa do Brasil em Madrid, entre outros. As exposições "Teias tramadas em fios e cores" e "Diversidade em formas e cores" são apenas alguns exemplos de sua contribuição significativa ao mundo da arte.
A identidade artística de Èrico é marcada pela pesquisa incessante e pela experimentação. Seu trabalho é caracterizado pelo desenho e pelo traço, com as cores atuando como complemento às estruturas visuais, resultando em obras de grande força expressiva e personalidade. As séries "Azul" e "Amarela", produzidas entre os anos 90 e 2000, refletem cenas intimistas e fragmentos do cotidiano, enquanto suas obras abstratas capturam as impressões plásticas dos muros e paredes urbanas.
Além de influenciar outros artistas com seu trabalho, Èrico provoca um diálogo crucial sobre o papel da educação e da arte na sociedade. Seu envolvimento em projetos de impacto social, como a criação de museus comunitários e galerias populares em escolas públicas, evidencia seu compromisso com a democratização da arte e o engajamento comunitário. Sua visão sobre a arte como um instrumento de transformação social é um legado inspirador e desafiador.
Com exposições em importantes galerias e instituições culturais, Èrico construiu um currículo robusto que celebra sua dedicação e inovação. Seus trabalhos foram exibidos em eventos como a Mostra de Arte e Cultura no Palácio de Convenções do Anhembi e a exposição "Educarte" na Câmara Municipal de São Paulo, solidificando seu papel como uma voz essencial na arte contemporânea.
Em suma, a jornada de Èrico Alves de Olíveira é uma narrativa transformadora, onde suas obras são convites à reflexão e à descoberta. Seu compromisso com a arte e a educação continua a deixar uma marca no cenário artístico, celebrando a beleza e a complexidade da experiência humana.