Os Matizes da Arte da Vida

Ana Cris Ben

Na delicada tensão entre o silêncio do campo e o clamor por justiça, Ana Cris Ben encontrou sua linguagem: a arte. Em meio ao verde da zona rural do Rio Grande do Sul, onde a natureza sussurra seus mistérios à infância, Ana desenhava o mundo ao redor com o mesmo cuidado com que se aprende a escutar a terra. Ainda menina, já carregava dentro de si uma urgência de saber, uma fome de horizonte. Aos 14 anos, deixou o aconchego do lar para perseguir seu sonho: o de conquistar um diploma e, com ele, sua autonomia.
A vida a levou por caminhos de ciência e justiça: formou-se em Farmácia, depois em Direito. Atuou nos corredores hospitalares e nos labirintos da lei, guiada por um respeito profundo à dignidade humana. Mas foi ao se deparar com a crueza da realidade — aquela que estatísticas não abarcam — que ouviu um chamado antigo, vindo da infância: a arte.
Redescobriu nos traços e nas tintas o que nenhuma sentença jurídica podia traduzir. Em 2020, iniciou com ilustrações infantis; em 2022, mergulhou na pintura em tela com tinta acrílica, técnica que se tornou sua linguagem predileta. Em cada obra, Ana busca esculpir o invisível: emoções que se escondem no cotidiano, gestos de afeto despercebidos, a dor silenciosa e as pequenas alegrias que costuram a existência.
Sua arte não se faz de espetáculos — ela sussurra, acolhe, convida à escuta. É janela entre corpo e alma, ponte entre a individualidade e o coletivo. Em suas composições vibrantes, o espectador não apenas vê, mas sente. A artista desenha pertencimento com cores, escreve fraternidade com pinceladas, traduz esperança com formas delicadas.
Ana Cris Ben crê que, em tempos de algoritmos, a arte genuína será o último abrigo da alma. Não precisa ser perfeita — basta ser verdadeira. E é assim, entre a maternidade, a advocacia e a criação, que ela nos lembra: há beleza no simples, há força no sensível, e há dignidade em cada ser que habita este planeta.
Os temas que a movem são a beleza das pequenas coisas esquecidas na correria, a urgência da proteção ambiental que ecoa a fragilidade do planeta, a defesa dos direitos fundamentais que anseia por dignidade e, sobretudo, o vasto oceano das emoções humanas que clama por acolhimento. Sua obra é um convite silencioso e colorido para que o espectador encontre nesses fragmentos de mundo um espelho de si mesmo, um lembrete da teia invisível que nos conecta a todos e a tudo.
Em sua jornada, Ana nos oferece mais que quadros — oferece refúgios. Pequenas ilhas de cor e emoção onde é possível descansar os olhos e reacender a alma.
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Instagram: @anacristinaben
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