No dinamismo marcante da arte contemporânea, a trajetória de Gianella Spagnuolo Riephoff se destaca como uma celebração da espontaneidade e da conexão universal. Nascida no Uruguai e atualmente residente em Florianópolis, Santa Catarina - Brasil, Gianella traz em suas obras a essência de sua jornada pessoal e artística, entrelaçando memórias de infância, a força da natureza e a liberdade criativa que marca cada pincelada.
O estilo de Gianella é profundamente abstrato, mas há sempre um toque figurativo que convida o observador a descobrir pequenos universos dentro de cada obra. Suas criações são uma harmoniosa fusão entre controle técnico e liberdade criativa, onde as camadas de tinta acrílica se sobrepõem para criar uma narrativa visual que prende o olhar e a imaginação. A espontaneidade, aliada a uma paleta intensa, é a assinatura da artista, que constantemente desafia as convenções ao se libertar de esboços prévios e se lançar no desconhecido.
A participação de Gianella no cenário artístico dos Emirados reflete sua visão da arte como uma ponte cultural. Para ela, as trocas entre culturas distintas são "joias preciosas a serem lapidadas", e sua presença nesse contexto global é uma oportunidade de mostrar ao mundo a riqueza da arte brasileira. "A arte é a comunicação da alma. Transpor fronteiras culturais é um grande exemplo de amor", afirma a artista.
Em sua própria definição, Gianella afirma: "Não sou caixa... sou arte, sou segredos. Sou objeto. Sou terra, semente e água. Sou fruto da arte que me alimenta. 'Soy Panadero que quiere volar'. Sou semente que quer quebrar a dormência. Sou Gianella." Essa declaração encapsula a essência de sua jornada artística—uma busca contínua por liberdade e autenticidade, onde cada pincelada é uma expressão do seu ser mais profundo.
Inspirada pela paleta do deserto, com suas tonalidades análogas e harmonias sutis, Gianella encontra ecos perfeitos para sua abordagem cromática. "Meu trabalho sempre explode em cores radiantes, e a paleta que o deserto me apresenta é perfeita para isso", observa. Mais do que um cenário, os Emirados oferecem um novo vocabulário visual, onde padrões arquitetônicos e a elegância da caligrafia árabe influenciam sua liberdade criativa.
Quando questionada sobre o impacto das paisagens e da cultura árabe em seus “Panaderos” - estes conhecidos como dente-de-leão que simboliza sua infância no campo -, Gianella responde com paixão: "Na tela que aqui apresento fica claro que para meus 'Panaderos' não existem fronteiras, eles voam livremente por qualquer mundo ou paisagem." Essa liberdade de criar sem limites, sem esboços prévios, é o que a conecta com a essência da arte.
"Todo intercâmbio de culturas, principalmente na arte, são tesouros únicos a serem refinados. A arte é o meio de comunicação mais eficiente e belo que existe, pois transcende culturas. Arte é a comunicação da alma, e se a alma é visível na obra, com certeza ela está cumprindo a sua função. Isso vale para todas as culturas. Transpor fronteiras culturais é sem dúvida alguma um grande exemplo de amor." – Gianella Spagnuolo Riephoff.'
Quando perguntamos a Gianella sobre sua obra inspirada nos Emirados, ela respondeu:
"Areia que voa livre envolvendo em suave dança de ocres, vermelhos e dourados a rica paisagem mística. Vento do deserto transforma a paisagem em imensa árvore que enterra nas areias quentes as suas raízes à procura de alimento. Vento quente que dança com as flores da paisagem, leves e douradas como PANADEROS que se elevam ao céu em voo sinuoso, mágico. Flores da terra que se espalham e enriquecem o solo. Azul celeste do céu envolvente como manto entrelaçado na areia em abraço de vida que transforma a paisagem em uma joia de beleza rara." Gianella Riephoff