A Poética da Imagem, a Imagem da Poesia
Gabriela Costa
A arte de Gabriela Costa desafia categorizações. Expressando-se através da fotografia, pintura e poesia, ela transmuta emoções e reflexões em obras que transitam fluidamente entre a palavra, a cor e a luz. Nascida em Florianópolis, sua trajetória artística, embora posterior à sua formação em Direito, revela uma profunda necessidade de expressão que transcende os limites da lógica jurídica e se lança no território ilimitado da criação.
A poesia, primeiro veículo de expressão de Gabriela, desvenda um universo interior rico em nuances e observações sutis. Em 2019, seus poemas foram expostos em museus como o Museu dos Correios do Rio de Janeiro e Brasília pela Tartaglia Arte e publicados em antologias como “Sarau Brasil 2019” e a série “Mulheres Brilhantes Escrevem Poesias”. Sua escrita explora a complexidade da existência humana com uma linguagem que evoca tanto a força de Hilda Hilst quanto a musicalidade de Cruz e Sousa. A publicação de "Madrugadas sem Janelas" (2022) e "Estação Gaia" (2023) consolida sua voz literária, marcada pela introspecção e pela busca incessante por significado.
A fotografia, em suas mãos, torna-se uma extensão natural de sua poesia. Não se trata de mera captura da realidade, mas de uma reinterpretação poética do cotidiano e da natureza. Suas fotografias revelam a beleza efêmera dos momentos, convidando-nos a contemplar a poesia presente nos fragmentos do mundo à nossa volta. A sensibilidade que permeia seus versos se manifesta também na delicadeza de seu olhar fotográfico, criando uma sinergia entre palavra e imagem que ressoa intensamente com o público.
Ainda em 2019, a pintura abstrata surge como um novo território de exploração. Livre das amarras da representação figurativa, Gabriela mergulha no universo da cor e da forma, traduzindo emoções em telas vibrantes e misteriosas. Obras como "Espectro", "Madrugada sem Janelas" e "O Vale", expostas em espaços como o Art Pop Up (São Paulo) e a Mac Galeria de Arte & Cultura (Florianópolis), revelam a intensidade de sua psique, uma explosão de cores e texturas que desafiam o espectador a desvendar seus significados ocultos. Em julho de 2024, participou da exposição “Mulheres à beira de um ataque de artes II”, no Museu da Escola Catarinense, em Florianópolis.
A arte de Gabriela Costa não se limita ao âmbito da expressão individual. Ela propõe um diálogo com o público, convidando-o a participar ativamente do processo criativo. Suas obras são pontes que conectam o interno e o externo, o pessoal e o universal, desafiando nossas percepções e expandindo nossos horizontes.
Um convite à imersão em um universo onde a poesia, a cor e a luz se fundem para expressar a complexidade da experiência humana.
