Arte e Arquitetura

Murilo Frade

Entre as linhas rigorosas da arquitetura e as expansões criativas da arte, surge Murilo Frade, um artista que não se contenta em apenas seguir caminhos conhecidos — ele os reinventa. Em sua obra, o concreto e o abstrato se encontram em um diálogo, onde as limitações da cor se convertem em um vasto campo de experimentação.
Murilo Frade, arquiteto e artista visual de rara perspicácia, canaliza sua afinidade pelo desenho e pela arquitetura urbana em criações que vão além do convencional. Desde cedo, ele foi cativado pelo dinamismo dos cenários urbanos, e essa fascinação evoluiu com o tempo, delineando sua visão artística. Sua formação em Arquitetura e Urbanismo forneceu os alicerces técnicos e incutiu uma compreensão profunda das estruturas, volumes e perspectivas que se tornariam a essência de sua obra. Entretanto, a arte de Murilo não se limita a representar a cidade; ela penetra nas camadas intrincadas e nas ambiguidades da experiência urbana, tecendo uma narrativa visual repleta de profundidade e complexidade.
O trabalho de Murilo pode ser dividido em dois eixos principais: o abstracionismo e a interpretação da paisagem urbana. Profundamente enraizado em influências do concretismo e do neoplasticismo, seu trabalho subverte as convenções tradicionais de forma e cor, criando composições que desafiam o realismo e o ultrapassam. Na série "Urbis", Murilo explora a geometria das cidades de maneira única, onde triângulos, quadriláteros e curvas se entrelaçam em uma coreografia visual simultaneamente caótica e meticulosamente equilibrada. A distorção deliberada das proporções e o uso ousado de tonalidades não apenas subvertem a percepção habitual do observador, mas também provocam uma reinterpretação radical do espaço e da arquitetura, abrindo novas possibilidades para a compreensão da estrutura urbana.
Curiosamente, foi o daltonismo de Murilo, diagnosticado aos nove anos, que mais tarde se transformou em uma característica distintiva de sua obra. O que inicialmente parecia uma barreira, tornou-se uma fonte de inovação. Em vez de se restringir a uma paleta convencional, Murilo abraçou sua condição e fez dela um ponto de partida para a experimentação. As cores que emprega, longe de obedecerem às normas, provocam e encantam, desafiando o espectador a ver além do óbvio.
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As telas de Murilo Frade são reinvenções poéticas do ambiente urbano, onde o abstrato e o figurativo se entrelaçam para criar uma experiência visual envolvente. Suas composições são uma ode à urbanidade, onde cada pincelada revela um fragmento de cidade, uma interseção de ruas, uma convergência de edifícios, mas sempre de uma maneira que subverte as expectativas. Murilo não busca reproduzir a realidade, mas sugeri-la, insinuá-la através de formas e cores que vibram com vida própria.
Ao longo de sua carreira, Murilo Frade tem desafiado as fronteiras da arte contemporânea, influenciando tanto artistas quanto admiradores com sua visão inovadora. Ele faz da arte um campo de experimentação e um meio de diálogo sobre as relações humanas com o espaço que habitam. Suas obras não são apenas visões estilizadas da cidade; são reflexões profundas sobre a arquitetura como metáfora para a vida moderna.
Com uma abordagem que privilegia o dinamismo e a espontaneidade, Murilo Frade recusa-se a seguir convenções rígidas ou um roteiro artístico pré-definido. Ele permite que suas criações evoluam de maneira orgânica, acolhendo as “surpresas” e nuances inesperadas que surgem ao longo do processo criativo. É essa flexibilidade que infunde suas obras com uma vitalidade singular, onde cada peça ressoa com a energia do imprevisível e do novo. Murilo não é apenas um artista e arquiteto; é um visionário cujas concepções transcendem o óbvio, convidando o observador a explorar novas dimensões de percepção e significado.

Le Corbusier

Tributo a Le Corbusier

Quando ingressei na faculdade de Arquitetura em 1979, Le Corbusier, o ícone da arquitetura moderna, era uma figura reverenciada. Mais de quatro décadas depois, tive o privilégio de descobrir Le Corbusier, o artista pintor. Essa revelação não foi única para mim; anteriormente, mestres como Athos Bulcão e Burle Marx já haviam me mostrado a profundidade artística que reside além da arquitetura.
Se eu fosse perguntar a mim mesmo que tipo de arte gostaria de criar e deixar como legado, certamente responderia que almejo uma síntese das influências desses três gigantes da arquitetura. A pintura de Le Corbusier me capturou de imediato, revelando um estilo que oscila entre o cubismo e o surrealismo, com uma profundidade abstracionista que se entrelaça com o figurativo.
Essa fascinação levou-me a criar duas obras consecutivas como uma homenagem ao mestre. A segunda peça foi encomendada após a apreciação da primeira, ambas sendo uma fusão de fragmentos inspirados nos elementos, curvas e formas que caracterizam o trabalho de Le Corbusier. Embora minhas obras não sejam releituras diretas, elas constituem uma interpretação pessoal, uma reverência aos aspectos fundamentais de sua genialidade.
Assim, deixo aqui minha sincera homenagem a Le Corbusier, cuja influência continua a moldar e inspirar meu próprio caminho artístico.
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