Nas ruas vibrantes de Salvador, no bairro do Curuzu, Elson Júnior encontrou suas primeiras inspirações. Cercado pela energia pulsante dos movimentos afro-artísticos, ele absorveu a cultura e a história que o rodeavam, sem imaginar que, um dia, se tornaria um nome respeitado da arte contemporânea brasileira. No Curuzu, com sua diversidade de sons, cores e ritmos, formou-se o artista que, com uma caneta BIC nas mãos, transformaria histórias e memórias em arte.
Elson decidiu formalizar sua paixão ingressando na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde se graduou em Artes Plásticas. Durante seus estudos, ele experimentou diversas técnicas, mas foi na simplicidade da caneta esferográfica que encontrou sua verdadeira voz artística. Escolher essa ferramenta simples e acessível, mas repleta de possibilidades, reflete perfeitamente sua arte: com traços firmes e precisos, Elson dá vida às histórias muitas vezes silenciadas de seu povo.
A carreira de Elson Júnior é marcada por uma série de prêmios e exposições que evidenciam seu talento e sua dedicação à arte afro-diaspórica. Desde as primeiras exposições em Salvador, como a Expo Negras e o Salão Bahia Marinhas, até eventos de prestígio nacional como a Bienal Brazil Black Art e as Olimpíadas de Artes Visuais, Elson se destaca por seu compromisso em retratar a vivência contemporânea do povo afro-brasileiro. Seu trabalho decora galerias e provoca reflexão, trazendo à tona questões de identidade, resistência e celebração cultural.
A escolha da caneta BIC como ferramenta principal faz de Elson Júnior um artista singular. Enquanto muitos optam por pincéis ou tecnologias digitais, ele retorna ao básico, demonstrando que a verdadeira grandeza da arte reside na habilidade e na visão do artista, e não nos materiais utilizados. Com a caneta, ele desenha imagens intrincadas que são ao mesmo tempo delicadas e poderosas, capturando a essência da ancestralidade afro-brasileira, os rituais, as lutas e as celebrações, tudo com o controle de um único instrumento.
Para Elson, cada traço feito com a caneta esferográfica é um ato de resistência, um tributo à resiliência do povo afro-brasileiro e uma celebração de sua contínua influência na sociedade. Com a simplicidade de uma BIC, ele não apenas desenha, mas também escreve a história de um povo, traçando um caminho de resistência e transformação. Seu trabalho é uma manifestação da alma afro-brasileira, um convite à reflexão e um tributo à força inquebrantável de suas raízes. Em cada linha, há uma história que merece ser contada, e Elson Júnior, com maestria, nos guia por essas narrativas visuais, unindo a delicadeza de um traço à força de uma vida inteira dedicada à arte.