Vidas em Foco
Wictor Doarte
Nascido e criado na pulsante cidade de São Paulo, é um artista com uma trajetória marcada por um profundo desejo de capturar as sutilezas frequentemente negligenciadas da vida cotidiana. Desde muito jovem, ele demonstrou um talento inato para a criação, dedicando horas a desenhar monstros, carros fantásticos e cenários de sua imaginação vívida, alimentando assim sua curiosidade insaciável. Com o passar do tempo, essa abordagem lúdica evoluiu para uma sensibilidade aguçada, na qual ele começou a notar os detalhes sutis que cercam a existência, levando-o a um percurso que harmoniza a observação meticulosa com uma expressão artística genuína e significativa.
A adolescência foi um período fundamental para Wictor, quando sua compreensão do mundo e de si mesmo se aprofundou. O despertar de sua consciência o levou a registrar detalhes que passavam despercebidos para a maioria, como o nascer do sol que ele admirava e as nuvens com formatos inusitados que divertiam sua imaginação. Essa necessidade de capturar o que os outros ignoravam se concretizou em 2014, quando começou a fotografar com seu celular. Com o tempo, Wictor passou a focar em fotografias de paisagens. Com uma câmera em mãos, mergulhou ainda mais nesse estilo, mas também enxergou a oportunidade de explorar novos ângulos. Foi nessa exploração que, aos poucos, começou a colocar a figura humana no centro das atenções, integrando pessoas às cenas e aproximando-se de seu verdadeiro objetivo: documentar a condição humana.
Com o passar do tempo, Wictor começou a incluir pessoas em seu trabalho, transformando sua fotografia em uma exploração da individualidade. Sua abordagem buscava entender e questionar as histórias que cada pessoa carrega, fazendo com que cada retrato se tornasse uma obra de arte, repleta de cores, texturas e emoções intrínsecas. Em 2023, após nove anos de dedicação à fotografia, ele finalmente se reconheceu como artista, compreendendo o impacto emocional que suas imagens podem ter. Essa nova percepção o levou a buscar sentimentos como angústia, solidão e tensão, refletindo sobre a existência humana em meio à agitação da vida urbana.
O reconhecimento como artista não tardou a chegar. Wictor participou de sua primeira exposição coletiva e teve suas obras publicadas em oito revistas e livros, tanto nacionais quanto internacionais, dedicados à arte. Além disso, sua experiência na direção de um documentário exibido no Museu Catavento, em São Paulo, consolidou sua presença no cenário artístico contemporâneo.
O estilo de Wictor Doarte é marcado por uma busca constante pela essência do ser humano. Suas fotografias transmitem a fragilidade e a complexidade das emoções individuais, capturando momentos de reflexão e introspecção. Ele se vê como um observador que respeita e se conecta com aqueles que fotografa, buscando compreender suas histórias e os segredos que guardam. Sua abordagem empática, aliada a uma técnica apurada, resulta em imagens que falam mais alto do que as palavras.
Nos últimos tempos, Wictor também tem explorado novas fronteiras criativas, aventurando-se em ilustração digital e pintura em tela. Ele utiliza cores vibrantes e texturas ricas para dar vida às suas criações, aplicando técnicas de pinceladas texturizadas no digital e explorando o acrílico e o giz pastel oleoso na pintura. Essas novas formas de expressão artística têm permitido que ele crie cenas abstratas que mesclam elementos de sua visão interior com a estética contemporânea.
Wictor Doarte acredita que a arte é uma ferramenta poderosa para revelar o que está oculto na rotina apressada da sociedade. Ele vê a fotografia como um meio de conexão, onde cada imagem tem o potencial de instigar perguntas profundas sobre a existência e a individualidade. Ao capturar a essência dos indivíduos em suas lentes, Wictor propõe uma reflexão sobre o papel da arte na sociedade moderna, incentivando o público a se reconectar com a beleza dos detalhes que frequentemente passam despercebidos.
"Pedra Papel Tesoura"
