A arte, fio condutor na vida de Neuza Petti, ganhou força e significado durante o período de introspecção da pandemia. A mudança para o litoral e a construção de um ateliê à beira-mar marcaram um renascimento criativo, um retorno à essência da artista. Essa jornada é marcada por influências significativas, desde a formação acadêmica até a convivência com mestres renomados, resultando em uma obra que revela a delicadeza e a força da aquarela.
A formação em arquitetura na Universidade Mackenzie foi um marco fundamental na trajetória de Neuza Petti. As aulas com Wesley Duke Lee, artista inovador e premiado na Bienal de Veneza, e com Ubirajara Ribeiro, mestre na arte da cor e da aquarela, abriram novos horizontes criativos. A visão de Duke Lee e o domínio da técnica de Ribeiro plantaram sementes que floresceram ao longo de sua carreira.
Antes mesmo da universidade, o trabalho de Rebolo com pintura de paredes, durante a atuação de Petti em arquitetura de interiores, despertou seu interesse pelas cores e suas potencialidades. Essa experiência influenciou sua abordagem à arte, conferindo a cada pincelada uma sensibilidade única. A imersão no ambiente efervescente da Escola Brasil, ao lado de artistas como Zé Resende, Baravelli, Fajardo e Frederico Nasser, solidificou sua formação, moldando seu olhar e sua maneira de fazer arte.
O reencontro com Ubirajara Ribeiro, no curso de aquarela do MASP, foi decisivo para o aprimoramento técnico de Neuza Petti. O mestre a guiou na exploração das aguadas, da luz e das transparências, elementos que se tornaram a marca registrada de seu trabalho. A aquarela, com sua delicadeza e complexidade, tornou-se sua principal forma de expressão, uma linguagem para traduzir o efêmero e o sensível.
A trajetória de Neuza Petti é uma tecelagem de experiências, desafios e conquistas. A convivência com mestres e colegas, a formação acadêmica e as lições da vida pessoal convergem para criar uma obra marcada pela resiliência, paixão e compromisso com a arte.
Para Neuza Petti, a arte é uma forma de existir, de resistir e de transformar. Suas aquarelas são um convite à contemplação, revelando a beleza sutil da vida e a complexidade das emoções humanas. A artista busca tocar o espectador de maneira profunda, despertando a sensibilidade e a reflexão. Sua obra é um testemunho da força transformadora da arte, uma ode à resistência e à beleza do mundo natural.