Sob as mãos de Martín Lagares, a argila respira, o bronze pulsa, a pedra desperta. Originário da pequena La Palma del Condado, na Espanha, este escultor não se limita a dominar a forma; ele a imbui de uma intensidade emocional rara, transformando a matéria inerte em um espelho da alma humana. Suas esculturas, dramáticas e viscerais, são um convite a explorar as profundezas da nossa própria existência.
Na Universidade de Cuenca, berço de sua formação artística, Lagares absorveu a importância da arte como linguagem viva, em constante mutação. Essa ideia é a pedra angular de sua obra, que se equilibra com maestria entre o figurativo e o abstrato, desafiando a lógica e celebrando o instinto. A escolha de materiais como argila, terracota, resina e bronze, em vez da nobreza distante do mármore, reforça sua conexão com a terra, com o primitivo, com a energia bruta da criação.
As esculturas de Lagares capturam a tensão intrínseca da vida. Formas dinâmicas, expressões contorcidas, corpos que parecem prestes a romper seus laços de argila, bronze ou pedra. É a imperfeição, a irregularidade, que confere a suas obras uma beleza singular, uma humanidade palpável. Lagares não busca a perfeição estática, mas a verdade da emoção, a força do instante capturado em sua forma mais pura.
Em cada escultura, um diálogo silencioso entre o visível e o invisível, o dito e o não dito. Lagares traduz em matéria a complexidade dos sentimentos humanos, criando obras que provocam, incomodam, e acima de tudo, conectam. Suas mãos, guiadas pela intuição e pelo domínio técnico, dão forma a narrativas sem palavras, que ressoam profundamente em quem as observa.
O mundo reconhece a potência de sua arte. Galerias e museus de prestígio exibem suas esculturas, consagrando Lagares como uma voz singular na escultura contemporânea. Suas obras, mais do que objetos estéticos, são experiências sensoriais que nos convidam a refletir, a sentir e a nos reconectar com a nossa própria humanidade. A arte de Martín Lagares é um legado em construção, um constante fluxo de emoção materializada, que continuará a ecoar por gerações.