O Mar que Pulsa na Ponta dos Pincéis
Fabiola Pompéia Coutinho
Alguns artistas chegam como ondas inesperadas, não anunciam sua força, mas deixam marcas profundas. Fabiola Pompéia Coutinho, que assina suas obras como Bila, carrega na arte o mesmo mistério e intensidade do mar que a inspira — livre, fluida, essencial. Carioca de nascimento e hoje radicada em Balneário Camboriú - Santa Catarina, sua trajetória é feita de travessias que não cabem em mapas - são travessias interiores, poéticas, silenciosamente transformadoras.
Sua trajetória acadêmica é tão rica e diversa quanto as camadas de tinta em suas telas. Formada em Letras, Pedagogia, Educação Artística e pós-graduada em Gestão Escolar, Fabiola navegou por diferentes águas do saber, construindo uma base sólida que, embora distinta do ateliê formal, forneceu a sensibilidade e a profundidade de olhar que hoje se refletem em sua pintura. Essa fusão entre o conhecimento humanístico e a prática artística autodidata é o que confere à sua obra uma originalidade singular: uma arte que não se prende a dogmas, mas que se alimenta da liberdade da descoberta e da intuição.
Foi há 13 anos, ao fincar raízes em Balneário Camboriú, que o mar se tornou não apenas paisagem, mas musa. A imensidão azul, a força das ondas, a dança incessante das marés – tudo se transformou em uma força motriz poética e estética para sua pintura. O acrílico sobre tela, sua técnica principal, é o meio pelo qual Fabiola traduz essa paixão visceral. Suas mãos e pincéis parecem sentir o ritmo do oceano, vertendo emoções em camadas de cor e movimento que convidam o espectador a mergulhar junto, a sentir a brisa, a profundidade e a leveza que emanam de suas composições.
O simbolismo por trás da assinatura "Bila" é, talvez, um eco dessa autenticidade e busca pela essência. Um nome simples, íntimo, que parece despir as formalidades para revelar a alma da artista em sua forma mais pura. Assinar como Bila é um gesto de liberdade, um selo pessoal que convida o espectador a entrar em um universo sem filtros, onde a arte é um reflexo direto do ser.
Consolidando sua presença no efervescente circuito artístico de Santa Catarina, Fabiola participa ativamente de exposições individuais e coletivas, como as realizadas na Galeria Maxim, Câmara Municipal, Museu de Arte de Blumenau (MAB) e Univale. Sua atuação no GAP – Grupo de Artistas Plásticos de Balneário Camboriú – reforça seu compromisso com a cena local e a troca entre pares.
A arte, para Fabiola, é uma linguagem vital, um gesto de cura, um caminho para a expressão pessoal que transforma a vida. Suas telas são janelas para um mundo onde a cor é voz, o movimento é sentimento e o mar é a metáfora para a vastidão da alma.

