Onde o Ocidente Encontra o Oriente

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Ursula Altenbach

Uma mágica ponte liga a arte da artista plástica suíça Ursula Altenbach ao mundo oriental e ocidental…

Cada país possui suas próprias tradições e estilos únicos, ancorados na formação cultural de cada sociedade. Por algum motivo, Ursula Altenbach iniciou sua identidade visual no Japão, mais especificamente na arte do Ikebana Sogetsu, uma variação do ikebana tradicional. Neste estilo, a arte está em apresentar arranjos sem interferir nos materiais encontrados na natureza, harmonizando-os como estão, sem interferência ou limites. São aceitos arranjos vanguardistas, nos quais o artista expressa sua criatividade de forma mais solta e sem preceitos alcançados.

Ursula, também conhecida como “Biko” tem uma história de vida interessante: morou no Brasil e na Índia, onde realizou exposições e participou ativamente da vida cultura japonesa e ocidental. Estudou a arte sogetsu na Dinamarca na década de 90 e começou a dar aulas no intuito de divulgar cada vez mais esta arte.

Depois de formado, vai para o Japão em 2002, para aperfeiçoamento técnico e recebe aulas de Akane Thesighara, neta do fundador da escola sogetsu, também conhecido como o “Picasso das flores”

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Utilizando a influência da cultura japonesa, Ursula apresenta outra faceta criativa: produz pinturas sobre tela e papel onde sedimenta o gosto pelo oriental, características marcantes.

As obras concentram-se em apresentar o pensamento da artista, que, munida de recursos suficientes para obter um equilíbrio estético, toma corpo e ganha alma na sua amplitude, reunindo cor, traços e formas similares à natureza.

Biko realizou a exposição “Arte no Parque Gersau”, um evento tradicional de arte que ocorre a cada três anos no verão e que pode ser visitada a qualquer momento. Desde 2018, a exposição ao ar livre vem sendo cultivada como um projeto conjunto por artistas de Gersau, dos quais Ursula faz parte.
Com exposições na Dinamarca, Suíça, Brasil e Índia, Ursula facilmente se envolveu em várias vertentes da arte, não se fixando apenas no Ikebana Sogetsu. Atualmente, produz esculturas, quadros e instalações com os princípios estéticos adquiridos nos cursos que fez no Japão.

Tendo como lema a conexão da arte entre os países, ela conta um pouco de sua mostra realizada na Gallery Art and Soul em Mumbai (antiga Bombaim), na Índia:

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“Minha última estadia antes de voltar para a Suíça foi na Índia, onde também tive a grande oportunidade de fazer uma exposição. Mas não queria somente expor minhas obras, eu queria contar uma história. Assim, andei muito pelas ruas de Mumbai. Fascinada por milhares de deuses, pelas cores das roupas, pela beleza dos saris, pelos perfumes das flores e pelo cheiro forte dos temperos que contrastavam com a grande diferença social. Os cheiros da monção são impressionantes. É inacreditável ver as vacas em todos os lugares nas ruas, assim como as muitas festas que as massas celebravam com grande alegria.

Inspirada, pintei os primeiros quadros… Comecei com “Cidade abstrata”, seguida por “Pôr do sol sobre Mumbai”, “Speed” (uma cidade que nunca para), “Taxis” amarelos e pretos por toda a cidade. “Grite por Socorro” foi uma instalação de garrafas para mostrar a situação difícil do lixo. Fiz uma pintura da Sealink, a ponte que liga as Ilhas de Mumbai. Outras pinturas foram “O vilarejo de pescadores” e “Uma mãe com a filha” sentadas na rua, oferecendo leite ao bebê com amor, a única coisa que ela provavelmente poderia dar. Também pintei um quadro abstrato do deus “Ganpati”, que todo ano recebe seu festival próprio e, no final do festival, o Ganesha volta para o mar.”

"Agni", o "Deus do fogo", era uma figura esculpida em madeira com quase 2,30 metros de altura, que mesmo depois da exposição se encontra em frente à casa de uma estrela do cinema de Bollywood durante um festival de rua por algumas semanas (Good Homes India).

Não sabia onde poderia encontrar todos os materiais, pois eram muitos, não somente as telas. Ainda faltava o “Firegod” e eu não tinha todos os materiais. Precisava de um tronco, e num dia muito chuvoso tive que ir para a Gallery Art and Soul. Encontrei uma árvore enorme caída na rua e algumas pessoas queriam cortar a árvore e levá-la. Falando com esses homens, consegui um grande tronco que eles cortaram.”

Eis aqui um pouco da história desta artista aventureira, que munida de alta sensibilidade, faz desta conexão de arte global um elo entre os homens!

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