A Espiral da Criação

Angela Bolsson

No cruzamento entre a precisão da arquitetura e a fluidez da arte, Angela Bolsson de Moraes traça um caminho fascinante. Após décadas dedicadas ao urbanismo e ao planejamento estratégico, ela se rendeu a um chamado antigo, guardado nos rabiscos da infância: a paixão por formas, cores e materiais que contam histórias. Foi em 2021 que Angela decidiu explorar o universo artístico de forma plena, revelando uma maturidade criativa singular.
Desde cedo, as linhas e formas eram parte essencial de sua vida. Arquiteta formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com especializações em Arquitetura Habitacional e Gestão Ambiental, Angela construiu uma carreira sólida, focada em transformar espaços e resolver desafios urbanos. Entretanto, mesmo entre projetos e pranchetas, a arte — paixão cultivada desde a infância, quando se encantava com papel, lápis de cor e livros sobre museus e artistas — continuava a espreitar, aguardando o momento de emergir.
Quando finalmente trocou a arquitetura pela arte, Angela levou consigo um olhar treinado e meticuloso. Sua prática começou pela aquarela, com aulas no Espaço Cultural Casa Amarela, inspirada em suas próprias fotografias de paisagens urbanas, casarios e cenas naturais. A escolha não foi por acaso. A aquarela, com sua imprevisibilidade e leveza, permite a Angela desconstruir o rigor arquitetônico e explorar a poética do acaso. Sua paleta mistura técnica e intuição, transportando para o papel o encanto de uma luz ou um detalhe quase imperceptível.
Mas a inquietação de Angela não parou por aí. Em busca de expandir os horizontes de sua expressão, ela mergulhou no universo da escultura e do vidro, materiais que desafiam tanto pela complexidade técnica quanto pelas possibilidades infinitas de formas. Sob a orientação de mestres como Mario Cladera e Veronica Rizzo, Angela explora a tangibilidade e a translucidez em peças que flertam com design e arte. No vidro, particularmente, ela encontra uma beleza alquímica, onde o acaso desempenha um papel fundamental, revelando texturas e cores imprevisíveis.
Angela Bolsson de Moraes transita entre múltiplas linguagens, ela é uma criadora que transforma sua bagagem profissional e pessoal em obras que dialogam com o tempo e o espaço. Seu vínculo com a arquitetura é evidente, não como um limite, mas como um trampolim. Nas suas aquarelas, esculturas, fotografias e peças em vidro, a sensibilidade arquitetônica ressurge na composição cuidadosa, no jogo de luz e sombra e na celebração dos detalhes.
Com apenas três anos de imersão no universo artístico, Angela já participou de exposições em espaços culturais e tem agenda confirmada para mostras futuras. Cada exibição é uma oportunidade para compartilhar sua visão com o público, que encontra em suas criações beleza e também camadas de significado e complexidade.
Suas criações mostram que a arte não é um destino fixo, mas um caminho em constante transformação, onde a experiência vivida se torna matéria-prima para expressar a essência de quem somos.
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